Agradeço muito às pessoas que me fizeram companhia de várias formas ontem no concerto com A impaciência de Mahler na Casa da Música. Algumas disseram-me "não conhecia e gostei". Eu também gostei de ouvir pela quarta vez, nove anos depois da anterior.
Não conhecerem é normal. Aliás, da sala cheia, só eu e mais 3 ou 4 pessoas tínhamos ouvido antes. Face à prática corrente - obras tocadas poucas vezes - cada estreia, que nunca é suficiente para se conhecer uma obra (especialmente se não existir nenhuma gravação editada como é o caso), acaba por ser o modelo que se repete quase ad aeternum. De cada vez que as peças são tocadas é sempre como se fosse a primeira vez.
É este o contraste decisivo entre o repertório canónico - sempre repetido e já antes conhecido - e o repertório novo - desconhecido e sendo poucas vezes tocado - que nunca atinge a familiaridade que caracteriza o outro.
É um combate de vencedor antecipado entre o já-familiar e o nunca-familiar.
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